sábado, 15 de maio de 2010

Pequena Balada do Soldado Aliado

Irá....que....o seu dever é ir.
Irá....que....assim lhe ordenaram.
Irá....que....é lá que está o inimigo.
Irá....que....o regime tem de cair.
Irá....que....a democracia deve impor-se.
Irá....que....uma nova ordem é precisa.
Irá....que....a vontade do povo não conta.
Irá....que....a paz faz-se com a guerra.
Irá....que....os mortos deles não se choram.
Irá....que....os vivos deles não se importam.
Irá....que....os filhos deles não são seus.
Irá....que....um herói deve lá estar.
Irá....que....Deus está com ele.
Irá....que....Allah está com os outros.
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Virá?
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Joaquim Pessoa, in Os Poemas da Minha Vida

4 comentários:

  1. Este poema além de muito bonito, retrata de uma forma exígua a dor e o sofrimento por que passam os soldados passam na Guerra. É de louvar este post.

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  2. Este poema é sem dúvida uma forma de expressar o que passam os soldados e o que têm de suportar, longe de tudo e todos...
    Não sabem o tempo que vai durar, nem sequer se voltarão...
    Deviam existir mais poemas a exaltar os soldados e a coragem e boa vontade que têm para se afastarem das suas famílias.

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  3. Este poema é um "grito" que denuncia a situação vivida na actualidade. Um pouco de generosidade e altruísmo certamente diminuiria este tipo de situações.

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  4. Suprema ironia! Joaquim Pessoa ao seu (excelente)nível!

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