E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos...... E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites ...... não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos
David Mourão-Ferreira, Matura Idade, 1973
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Este é um dos meus poemas favoritos deste autor.
ResponderEliminarA princípio achei complicado entendê-lo, mas depois de o ler e voltar a reler, fiquei a gostar.
A noção de tempo está patente, ou seja, tudo o que fazemos pode ser perpetuado e do tamanho dos oceanos
E por vezes, não é fácil viver. Faz tudo parte desta caminhada que é viver, e vem tudo colorir cada momento e cada instante.
ResponderEliminarBenditas essas vezes que de alento nos enchem a vida...
ResponderEliminarParabéns pelo blog!
e por vezes...ficamos a pensar...por vezes tudo é diferente do que imaginamos...e por vezes há blogues que nos surpreendem!!! ;) Parabéns e continuem a divulgar boa poesia
ResponderEliminarA intemporalidade faz-nos pensar que "A felicidade é o estado temporário em que sentimos que nada nos falta."
ResponderEliminarRosa Soares
E por vezes... à memória dos que tiveram a felicidade de ouvir DM-F declamar os seus próprios versos, ao vento das suas cachimbadas de entremeio, vem ancorar um timbre de voz macio, simpático, envolvente, que nos impele, de novo, para a (re)leitura da sua poesia! E este poema, talvez como símbolo máximo da poesia Davidiana de 70, tem esse condão. Apetece ler e reler este grande Poeta, onde a angústia conduz ora à perda, ora ao (re)encontro. Em DM-F o sujeito não ama porque existe, mas para que exista, para sentir, por vezes, o prazer de se dissipar e renascer de novo. Excelente escolha, esta, para um blogue que poderá contribuir para o renascer de um espírito poético nos alunos de um Portugal contemporâneo tão despojado de abraços e oceanos! Parabéns à Professora e alunos por esta iniciativa!
ResponderEliminarÉ muito bonito este poema! O que importa realmente é aproveitar cada
ResponderEliminar> segundo e não sermos felizes "por vezes", mas sempre! :) "
Antes de mais,queria desejar às alunas do 12ºE e à professora os meus sinceros parabéns pelo blog que criaram, pois sem dúvida que este será uma óptima oportunidade para conhecermos mais um pouco da nossa bela literatura portuguesa. Este poema eu desconhecia, mas foi o que mais me fascinou e com o qual eu mais me identifiquei, mais uma prova que para alcançarmos novos "horizontes" basta "por vezes" sermos um pouquinho curiosos! Ana Luísa Silva
ResponderEliminarNão me canso de ler este poema e não consigo deixar de voltar a comentar. Cada leitura que faço leva-me a compreender mais e melhor cada verso. Faz-me pensar e repensar o significado da vida. Esta composição poética de David Mourão Ferreira é sublime, sem qualquer dúvida. Mas não posso deixar de referir outro facto: o poema cantado por José Cid e Susana Féliz é lindo! Lindo, Lindo! Vale a pena ouvir! :)
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